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O agro é o Brasil que dá certo

Já perceberam como no Brasil há uma tendência de se desqualificar toda uma categoria devido aos erros de uma minoria? Acontece com professores, com policiais, com advogados e tantos outros. Nas últimas semanas, o alvo da vez foram os agricultores que realizam a pulverização aérea nas lavouras.

Isso porque apresentaram na Assembleia Legislativa um projeto de lei que pretendia proibir a utilização de aeronaves e de drones na aplicação de defensivos nas plantações. Fui o primeiro a pegar o microfone da Casa e levantar a voz contra esse absurdo. Em seguida, outros deputados se juntaram ao meu protesto, até que a proposta fosse arquivada.

A ideia do projeto, segundo as autoras, era evitar contaminação dos trabalhadores e do meio ambiente, como se toda a operação fosse prejudicial, quando na verdade o que deveria ser enfrentado são falhas pontuais. Porque já existem estudos comprovando, principalmente no caso dos drones, que esses equipamentos são altamente eficientes, reduzindo custos e despejando defensivos em áreas muito menores, com menor quantidade de agentes químicos.

A tecnologia e a inovação no campo são um caminho sem volta e são responsáveis em grande parte pelos números excelentes da agricultura brasileira. O agro é o Brasil que dá certo. Então, não tem sentido lutar contra essa realidade.

O que pode e deve ser feito em possíveis casos de contaminação e riscos ao meio ambiente é investir e cobrar dos órgãos competentes mais fiscalização, mais rigor na venda de defensivos e mais ações de conscientização dos trabalhadores no manuseio desses produtos.

De minha parte, apresentei o Projeto de Lei nº 900/2023, que ainda tramita, alterando o artigo 2º da Política Estadual de Incentivo à Agricultura de Precisão e, assim, propondo o estímulo e tornando parte de uma política de Estado a utilização de meios automatizados de auxílio à agricultura, como sensores, máquinas, drones, sistemas inteligentes e softwares de gestão.

Dessa forma, ficará muito mais difícil que ações contra o emprego de tecnologias de pulverização sejam aprovadas no Legislativo capixaba. Porque o que precisa ser feito é levar cada dia mais esses recursos para todo agro, inclusive para os agricultores familiares.

O que defendo e sempre vou trabalhar por isso, é que nossos produtores rurais tenham cada vez melhores condições de cultivar a terra, gerar recursos e desenvolvimento para nosso estado, estimulando que mais e mais famílias permaneçam no campo.

Lucas Scaramussa

Advogado, Deputado Estadual e Presidente da Frente Parlamentar para o Desenvolvimento Econômico do Norte Capixaba